Apresentação

Um estudo em vermelho é um conto hipertextual que, pela sua natureza, me fez cunhar o termo hiperconto. Naturalmente é apenas uma reles mostra do que o gênero permite (mistura de texto com som e imagem, interferência do leitor, uso de dados do leitor), mas indica um futuro promissor para a literatura digital.

A fórmula utilizada para a confecção dos finais é a análise combinatória. Há 3 cenas em que o leitor interfere diretamente, escolhendo a direção que deseja tomar. Dependendo dessas escolhas, o final muda. Como foram 3 escolhas, há 8 finais possíveis. Se fossem 4 cenas, seriam 16 finais; se fossem 5, 32 finais.

Vale lembrar que há autoria na escolha dos finais e sua relação com o caminho percorrido, não sendo os finais de forma alguma aleatórios. Por exemplo, se o leitor foi sempre intempestivo nas suas escolhas, acabará com um final violento, talvez até morrendo. Há uma relação lógica e de valores expressa nisso, daí a importância da autoria na montagem desses finais. Outro autor possivelmente faria outros finais com as mesmas combinações.

Essa característica talvez seja a principal diferença da literatura digital para o jogo, pois a literatura digital é uma atividade lúdica, mas não é um jogo, já que num jogo o “objetivo principal é antes de mais nada e principalmente a vitória” (vide Homo Ludens, de Huizinga).

Para conhecer outros projetos experimentais de literatura digital, acesse www.literaturadigital.com.br.


Marcelo Spalding
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